O Fim da Busca, O Início do Ser
Por Aluna Joy Yaxk'in
Traduzido a 25 de agosto de 2025
Não há mais palavras para dizer, nem mais cenouras para perseguir, nem mais linhas na terra para atravessar. Não há mais previsões, especulações ou projeções para nos ajudar a compreender como será o futuro, porque o futuro já está aqui.
Lembro-me que, há décadas, durante a minha primeira noite escura da alma e o meu primeiro renascimento nesta vida, estava obcecada em procurar algo que sabia que estava em falta. Todo o meu ser estava investido nesta busca de algo que eu não compreendia. Mudei o meu estilo de vida radicalmente e limpei a minha vida de formas que nem sabia que eram opções de estilo de vida, num esforço para alcançar o que procurava. Era a minha evolução do passado. Estava a encontrar o meu verdadeiro eu e a minha verdadeira liberdade de ser humana. Eu não sabia o que me faltava; só sabia que estava.
Então, como muitos de nós, comecei a lembrar-me da minha antiga história. Comecei a recordar todos os pedaços de memória e sabedoria antigas, como por exemplo, de onde tinha vindo, onde tinha estado e o que tinha aprendido. Foi como ganhar uma nova vida ao emergir de uma vida antiga para a qual eu era tão inadequado.
Mas estes são os dias em que já não sinto a obsessão de procurar. Trabalho simplesmente para garantir que estou nos sítios certos, no momento certo. Mas nada mais falta dentro de mim. Concluí a recolha do meu eu fragmentado, que foi dilacerado por uma infinidade de coisas que este mundo faz a uma alma recém-chegada, como uma infância insegura, um mau relacionamento, etc., onde o nosso verdadeiro eu nunca teve um lugar seguro para crescer e florescer, para ser visto, ouvido ou honrado. Lembrei-me também dos fios de ligação relevantes das minhas vidas passadas para montar um quadro maior da minha nova totalidade que sempre esteve comigo. Nunca nada foi perdido.
Agora, estou simplesmente à espera. A minha alma está a suster a respiração. Consigo sentir o novo mundo a chegar. Não há necessidade de perseguir um destino, como pensava antes. O novo mundo está a chegar. Só agora estou à espera da sua chegada, e consigo sentir que ele está próximo. Sinto aquela sensação de excitação e borboletas no peito que diz que está tão perto que poderia chegar à minha próxima respiração.
Então, o que fazemos agora que chegámos?
Todas as tolices do mundo, os criadores de caos, os abusadores, os mentirosos e os jogadores sem integridade, e aqueles que não honram o sagrado, afasto-me e testemunho enquanto tudo isto se torna lentamente um sonho que se desvanece, uma falsa realidade que está a perder o rumo. Todos nós precisamos de curar o nosso vício no caos e no drama, e curar-nos para entrar neste novo mundo. É mais fácil dizer do que fazer, porque confundimos caos com paixão e laços traumáticos com conexão.
Sinto que me estou a manter firme enquanto aguardo a chegada de um novo mundo. Não há mais destinos dentro de mim para procurar, apenas o agora. Honro e respeito a minha energia e gasto-a apenas nos lugares e áreas da vida onde sou chamado a fazê-lo. Só dou a minha energia onde ela é honrada e onde se torna útil. Há muito pouco com que me queira envolver no mundo, apenas a terra sagrada debaixo dos meus pés, que está ligada às estrelas e àqueles que caminham da mesma forma.
Sinto-me como se estivesse a entrar no nosso novo mundo, não com um clarão solar ou um acontecimento épico no tempo como antes, apenas uma chegada suave àquilo que vim buscar aqui em primeiro lugar.
E pergunto-me quantos também estão a sentir isso.
Planeamos um renascimento suave neste novo mundo. Estamos a entrar nele com graça e facilidade, sem traumas e caos. Entraremos neste mundo onde as nossas almas serão honradas, respeitadas, amadas e valorizadas, não moldadas contra a nossa divindade inata para se encaixarem numa sociedade robótica. Este renascimento suave é a forma como uma alma deve entrar numa nova vida, ou num novo ciclo de realidade. A vida será honrada e cada caminho será considerado sagrado.
Estou à espera por tudo isso. Estamos prontos. Não temos mais nada a perseguir. Não podemos forçar a nossa chegada; apenas podemos permitir que ela chegue. Precisamos apenas de dar mais um passo pacífico na direção do chamamento dos nossos corações e dentro do tempo das nossas almas.
Aluna Joy
