O Ego Silencioso
Por Owen Waters
Tradução de a 27 de julho de 2025
Na cultura atual, a palavra ego é geralmente aplicada a traços de personalidade disfuncionais. Se uma pessoa é controladora, desagradável ou tem acessos de raiva, diz-se que a culpa é do seu ego.
Os atributos disfuncionais do ego surgem da Velha Realidade da consciência de separação. A humanidade passou milhares de anos a explorar os efeitos da separação de outras pessoas, da separação de outros estados de consciência e da separação da fonte espiritual interior.
A consciência de separação causa medos profundos; receios de que não haja amor, terra ou recursos suficientes. Destes medos surgem a inveja, a ganância e a agressão. Não admira que, após milhares de anos de consequências aterradoras, a humanidade esteja pronta para passar à fase de cura da existência na Terra.
A Nova Realidade emergente traz a consciência centrada no coração. A palavra-chave da nova consciência é integração, e não separação. Nas próximas décadas e séculos, a humanidade encontrará formas de resolver as diferenças e as questões de separação de formas inspiradas pelo amor incondicional e pela compaixão. A violência pode gerar violência, mas baseia-se na ilusão da carência. O amor gera amor e, sendo baseado numa componente muito real da Criação, detém o poder real.
Na Velha Realidade, os sacerdotes esforçavam-se por controlar as suas congregações, repreendendo-as com acusações de que eram pecadoras inúteis. Hoje em dia, alguns mestres que se dizem espirituais repreendem as suas audiências com acusações de que têm problemas de mau ego. Na verdade, afirmam que ter qualquer ego é mau, mau, mau. As pessoas na audiência, mesmo as almas bondosas com corações maravilhosos, devem então começar a duvidar de si mesmas. Afinal, supõem, o suposto mestre iluminado deve saber mais do que elas. E, assim, o verme do controlo começa a infiltrar-se nas suas mentes.
A Nova Realidade não se trata de poder sobre ninguém. Trata-se de auto-empoderamento, e trata-se de poder com todos, e não contra eles. O ego de uma pessoa espiritual não é um problema. É uma parte essencial do sistema humano, criada expressamente pelo Criador de toda a vida para que este possa experimentar a autoconsciência a partir de um número infinito de pontos de vista.
O Ser Infinito é a consciência abrangente a partir da qual o universo foi criado. Tudo no universo é feito de consciência. Assim como cada floco de neve é único, também cada pessoa o é. O seu principal propósito na vida é experimentar a vida a partir de um ponto de vista individual e único.
Não pode eliminar uma parte de si mesmo. O ego não pode ser descartado e esquecido. É o seu sentido essencial de identidade. Mesmo que alguém conseguisse livrar-se de uma parte de si, chegaria um momento em que teria de recuperar essa parte perdida e integrá-la de volta em si de uma forma saudável e holística.
Você é uma expressão do Ser Infinito, pois ele experimenta-se a si próprio a partir de todos os pontos de vista possíveis. A melhor forma de se servir a si mesmo e ao Ser Infinito, a fonte dentro de todos nós, é viver a sua vida de acordo com o seu próprio potencial pessoal e mais elevado.
E não deixe de celebrar quem é, porque não há ninguém exatamente igual a si em todo o universo.
*Owen Waters é autor de Quatro Passos Poderosos para a Iluminação Espiritual e Liberdade de Espírito, em inglês.
Owen Waters
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