segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Ajuste de frequência de Lucy


Ajuste de frequência de Lucy

Por Kenneth Schmitt

Tradução a 6 de outubro de 2025


"Você está fazendo isso de novo", Sarah sussurrou, cutucando Lucy por baixo da mesa de conferências.

Lucy piscou, percebendo que estava olhando fixamente para a planta no vaso no canto, observando como suas folhas pareciam brilhar sempre que o chefe fazia um de seus discursos. A planta parecia mais feliz quando ela se concentrava nela com apreço, em vez de ouvir a troca de acusações que acontecia ao redor da mesa.

"Desculpe", Lucy respondeu, sem emitir som, mas sua atenção se voltou novamente. Desta vez para a própria Sarah. Os ombros da amiga estavam tensos, o maxilar cerrado. Lucy se viu imaginando Sarah rindo, rindo de verdade, como quando eram crianças, construindo fortes de cobertores.

“… e é por isso que estamos implementando horas extras obrigatórias!” concluiu o chefe deles, batendo com a pasta.

Sarah gemeu audivelmente. Lucy sentiu um impulso estranho.

“Na verdade, Sr. Henderson”, Lucy se ouviu dizer, “e se tentássemos algo diferente?”

A sala ficou em silêncio. Sarah lançou-lhe um olhar de "o que você está fazendo?".

"Quer dizer", continuou Lucy, com a voz mais firme do que se sentia, "e se abordássemos isso como... como sintonizar um rádio? Algumas frequências criam estática, enquanto outras criam uma música linda."

As sobrancelhas de Henderson se ergueram em direção à linha do cabelo. "Como?"

Lucy se levantou, com o coração acelerado, mas de alguma forma destemida. "Me dê dois minutos. Deixe-me mostrar uma coisa."

Ela caminhou até o quadro branco e desenhou duas linhas onduladas — uma irregular e caótica, outra suave, como uma onda senoidal nítida. "Quando estamos em modo de crise, estamos aqui", ela tocou na linha caótica. "Mas e se pudéssemos mudar para cá?" Ela tocou na linha fluida.

“Lucy”, Sarah começou.

“Sarah, lembra quando resolvemos a crise da conta Johnson no mês passado? Como nos sentimos naquele momento?”

A expressão de Sarah mudou de alarme para curiosidade. "Estávamos... animados? Como se estivéssemos brincando em vez de combater um incêndio."

"Exatamente." Lucy se virou para o quarto. "E se não ficarmos presos às horas extras obrigatórias? E se houver outra frequência que possamos sintonizar?"

Henderson ficou em silêncio por um longo momento, estudando as linhas no quadro. Então, inesperadamente, riu baixinho. "Certo, garota da frequência. Você tem a minha atenção. Qual é a sua alternativa?"

Lucy sorriu, sentindo algo elétrico e vivo percorrendo seu corpo. Não tinha ideia do que dizer em seguida, mas confiava que as palavras certas viriam.

“Bem”, ela começou, “começa com uma pergunta: como seria isso se fosse fácil?”

Henderson recostou-se na cadeira, de braços cruzados. "Fácil? Nada neste trimestre é fácil, Lucy. Estamos três semanas atrasados, dois clientes estão ameaçando ir embora, e..."

"Mas e se essa for apenas a frequência em que estamos sintonizados?", interrompeu Lucy, surpreendendo-se com sua ousadia. Ela sentia os olhos de Sarah a fitando, mas algo a puxava para frente. "E se trocássemos a pergunta?"

"Vou morder a isca", disse Tom, da contabilidade, que normalmente nunca falava em reuniões. "Que pergunta?"

Lucy sentiu uma sensação de formigamento, como eletricidade estática antes de uma tempestade. "Em vez de 'Como forçamos isso a funcionar?'... que tal se perguntássemos: 'O que quer emergir aqui?'"

O ambiente ficou em silêncio, exceto pelo zumbido do ar-condicionado. Lucy notou que a planta no canto parecia estar se inclinando em direção ao círculo deles.

"Isso é..." Henderson fez uma pausa, sua carranca habitual suavizando. "Foi exatamente isso que aconteceu com o projeto Morrison, não foi? Quando paramos de insistir tanto?"

Sarah endireitou-se. "Espera aí, você tem razão. Ficamos batendo cabeça na parede por semanas, e aí a Jenny teve aquela ideia aleatória sobre..."

"A demonstração de realidade virtual", Jenny interrompeu do canto, parecendo surpresa ao ouvir a própria voz. "Quase não mencionei porque parecia muito... brincalhão."

“E isso nos rendeu o maior contrato deste ano”, disse Henderson lentamente.

Lucy sentiu a energia na sala mudando, como um rádio sintonizando uma estação mais clara. "Então, que tal tentarmos um experimento? E se, durante a próxima hora, apenas propuséssemos soluções que nos fizessem sentir... animadas?"

"Animada?" A máscara cética de Henderson estava caindo. "Lucy, isso são negócios, não..."

"Lembra como você se sentiu quando abriu esta empresa?", perguntou Lucy gentilmente. "Antes de tudo se resumir a horas extras e gerenciamento de crises?"

Henderson ficou imóvel. Por um instante, Lucy viu algo cintilar em seu rosto — uma versão mais jovem dele, talvez. Cheio de sonhos em vez de prazos.

"Tudo bem", disse ele baixinho. "Uma hora. Mas se isso virar alguma bobagem para nos fazer sentir bem..."

"Não vai", disse Lucy, embora não fizesse ideia de como sabia disso. "Sarah, o que te deixaria animada para trabalhar na conta Peterson?"

O rosto de Sarah se iluminou. "Sério? E se a gente fizesse uma competição entre departamentos? Tipo, gamificar tudo?"

"Agora sim", disse Tom, inclinando-se para a frente. "E se criássemos um sistema de pontos? E o time vencedor ganhasse..."

"Ele escolhe a próxima campanha de caridade do escritório", sugeriu Jenny. "Eu sempre quis que apoiássemos o abrigo de animais."

Lucy observava, maravilhada, a conversa ganhar força. A planta no canto parecia estar ficando mais verde, embora isso só pudesse ser imaginação dela. Certo?

“Lucy”, disse Henderson de repente, “de onde veio isso?”

Ela abriu a boca para dar uma explicação racional, mas parou. Como poderia explicar as caminhadas na floresta, o zumbido das árvores, a sensação de que a realidade respondia ao seu estado interior como um instrumento musical esperando para ser tocado?

“Acho que aprendi a ouvir de forma diferente”, ela disse finalmente.

"Para quê?"

Lucy olhou ao redor da sala — para os olhos brilhantes de Sarah, para os gestos animados de Tom, para o sorriso tímido de Jenny. Para o próprio Henderson, que parecia mais animado do que ela o vira em meses.

"Para o que quer acontecer a seguir", ela disse.

Como se fosse um sinal, o telefone tocou. Henderson atendeu.

"Aqui é o Henderson... O quê? Eles querem dobrar o pedido? Quando eles..." Seus olhos se arregalaram ao olhar para Lucy. "Sim, sim, claro que podemos cuidar disso. Obrigado."

Ele desligou lentamente. "Era a Peterson Industries. Eles acabaram de ouvir da Morrison sobre nossa 'abordagem inovadora' e querem expandir o contrato."

A sala explodiu em aplausos. Lucy sentiu um formigamento quente do peito até a ponta dos dedos.

“Como você sabia?” Sarah sussurrou.

Lucy sorriu, observando a planta no canto, que estava definitivamente, inequivocamente, se estendendo em direção à luz que entrava pela janela.

"Simplesmente me ocorreu", ela sussurrou de volta.

Kenneth Schmitt

 
 

 
Traduzido por  http://achama.biz.ly  com agradecimentos a: 
 * Ocasionalmente a censura das trevas apaga-me alguns artigos. (google dona do blogspot)


Notas minhas:
  • Deus, a Fonte da vida é puro amor incondicional, não um deus zeloso [de algumas] das religiões dogmáticas.
  • Todos os artigos são da responsabilidade dos respectivos autores.

O Google apagou meus antigos blogs rayviolet.blogspot.com e
rayviolet2.blogspot.com, sem aviso prévio e apenas 10 horas depois de eu postar o relatório de Benjamin Fulford de 6 de fevereiro de 2023, acusando-me de publicar pornografia infantil.
(Uma Grande Mentira)

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